Filme Blog

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Tenho 7 anos e sou fã do Club Penguin!

Thursday, July 20, 2006

Do cinetoscópio ao cinema digital

Tentar contar de forma breve a história do cinema americano é um desafio: o primeiro salão de cinetoscópios (máquinas nas quais filmes com duração aproximada de 20 segundos podiam ser vistos por uma pessoa de cada vez, olhando pela abertura de uma caixa), ou seja, o embrião das futuras salas de cinema, foi inaugurado em Nova York em 14 de abril de 1894! Desafio vencido pelo autor A.C. Gomes de Mattos em "Do cinetoscópio ao cinema digital: breve história do cinema americano".


Em vez de se prender à biografia de um ator, diretor ou filme, uma forma muito comum de se contar a História do Cinema, Mattos oferece um panorama mais completo, tratando simultaneamente dos aspectos estético, tecnológico, econômico e social do cinema americano em seus 112 anos. Baseando-se em seus conhecimentos sobre a sétima arte e amparado por uma extensa bibliografia, Mattos mostra, em apenas 235 páginas, como surgiu e se desenvolveu a mais importante e poderosa indústria cinematográfica do mundo.


Os vários equipamentos desenvolvidos para captar com mais perfeição a imagem e o som, a criação dos estúdios, a ascensão dos astros e estrelas com a valorização dos atores e atrizes (star system), o surgimento de Hollywood e a criação dos grandes estúdios (comoWarner, MGM, 20th Century Fox), o surgimento dos filmes arrasa-quarteirões (blockbusters) e dos grandes lançamentos de verão: Mattos mostra a gênese destas características pelas quais o cinema americano ficou conhecido.


A censura e a perseguição à classe artística nos anos negros do Macartismo são alguns dos assuntos abordados pelo autor ao tratar da relação entre o cinema e o público e o governo. Também é possível vislumbrar os bastidores bastante tumultuados do mundo corporativo da sétima arte: os conflitos entre produtoras e exibidoras, a aquisição dos estúdios por conglomerados (a AOL Time Warner é hoje o maior conglomerado de mídia do mundo), a promoção de filme em diversas mídias (TVs aberta e por assinatura, CDs de trilhas sonoras) e em produtos como brinquedos e videogames mostram que fazer cinema também é um negócio e, como tal, deve gerar lucros. Atualizado, uma cronologia no final do livro destaca os acontecimentos mais relevantes para a indústria do cinema ano a ano, de 1894 até 2005.

Livro: DO CINETOSCÓPIO AO CINEMA DIGITAL
Autor: A. C. Gomes de Mattos
Páginas:240
Preço : R$ 31,00

Wednesday, July 19, 2006

Grandes diretores de cinema, de Laurent Tirard


Pergunte a dois diretores diferentes como um filme deve ser feito e você certamente ouvirá duas respostas muito diferentes. Faça a mesma pergunta a 20 dos grandes realizadores contemporâneos e a disparidade entre as respostas o levará a uma única conclusão: não há fórmula para se fazer um grande filme. É isso que mostra Laurent Tirard em Grandes diretores de cinema.

O livro é o resultado da compilação de uma série de entrevistas feitas para a Studio, uma das mais prestigiosas revistas francesas sobre cinema. Publicadas originalmente na coluna “Lições de cinema”, as “aulas” foram transformadas neste livro em textos corridos, narrados em primeira pessoa pelos entrevistados. E os mestres são: Martin Scorsese, Pedro Almodóvar, Sydney Pollack, Jean-Pierre Jeunet, John Boorman, Woody Allen, Emir Kusturica, Joel e Ethan Coen, Win Wenders, Claude Sautet, David Lynch, Bernardo Bertolucci, Oliver Stone, Lars von Trier, Wong Kar Wai, David Cronemberg, Takeshi Kitano, Tim Burton, John Woo e Jean-Luc Godard. Ou seja, estão reunidos neste livro depoimentos de grandes diretores com os quais todos os cinéfilos e estudantes de cinema um dia já sonharam em conversar, sem distanciamento ou formalidades, sobre seus processos de criação.

Ao fim da leitura do livro, o leitor, especialmente o cinéfilo, é presenteado com vinte formas diferentes e igualmente brilhantes de fazer cinema. Vinte aulas magistrais.

Grandes diretores de cinema
de Laurent Tirard
Editora Nova Fronteira
nº de páginas: 256
preço: R$29,90

Tuesday, July 18, 2006

O amor em cinco tempos, de François Ozon


A história de um casal, desde o fim até o começo.
Do divórcio ao início do namoro, passando pelo casamento e pelo nascimento do filho, cinco momentos da vida a dois de Gilles e Marion.
É com certeza o melhor filme do jovem cineasta francês François Ozon, mais econômico e menos maneirista que em "Oito mulheres" ou "Swimming Pool".
Se o olhar pessimista sobre a vida conjugal não é exatamente original, nos detalhes "O amor em cinco tempos" conquista o espectador. Por exemplo, na forma como revela a fragilidade de Gilles, que escapa de uma namorada chata para cair nos braços de uma mulher que espera dele... O quê? O que esperam todas as mulheres: que cumpra o seu papel social como bom pai e marido.
O casamento é uma armadilha, mas o que não é? Tudo na vida envolve algum tipo de renúncia e compromisso. E no final das contas a vida é isso, a forma como ocupamos o tempo, a companhia que escolhemos, o modo como lidamos com o mundo.

Ficha Técnica
Título Original: Cinq Fois Deux
País: França
Ano: 2004
Duração: 90 minutos
Direção: François Ozon
Elenco: Valeria Bruni Tedeschi, Stéphanie Freiss, Géraldine Pailhas, Françoise Fabian, Michael Lonsdale, Antoine Chappey, Marc Ruchmann, Yannis Belkacem, Ninon Brétécher, Marie-Madeleine Fouquet, Pierre Chollet, Jean-Pol Brissart e Jason Tavassoli.